Galo poderoso. Em tempos de fome o preceptor da família V. batia com a pedrinha branca na parede. A parede era de barro e não causava
muito ruído, apenas o suficiente para formar uma linda harmonia. O silêncio era
atroz, mas a pedrinha, sua única amiga na noite solitária era o metrônomo de preciosas canções. O raio solar
rompia a janela e pousava o calor na face do guerreiro. Seus pés descalços e
sujos tocaram a terra dos irmãos. Não temia nada, por ter a paixão em seu
coração, que se alegrava ao ouvir o canto do galo, que parecia louvar e dizer sobre a natureza que brotava em seus olhos brilhosos. A dor da noite se
transformava em elixir, diante da bela de olhos azuis que trabalhava também na
fazenda. O guerreiro é a voz de Deus sem palavras. Pedra? Não. Escorrem sempre lindas águas cristalinas entre seu nariz longo e delgado. As luzes? Elas vêm nos dias de
ecos distantes, quando a ventania traz no seu imo os preâmbulos da tempestade.
Há choros reanimadores, de consciência tranquila, diante de um pai que brilha;
assim como um choro atroz, de quem não pôde ser forte. A poesia veio cedo ao seio da família, junto com a bela de olhos azuis que inspirou toda uma geração de apreciadores
do sol, e do canto dos galos!
Ives vietro
Certamente a poesia morava no seio dessa família do preceptor V... Lindo de ler, lindo, lindo! abraços,chica
ResponderExcluirE a poesia quando entra nos corações tem o poder de atenuar dores, de encher a noite de luzes, de reacender paixões.Feliz daquele que consegue com uma simples pedrinha transformar a fome, as dificuldades em preciosas canções plenas de harmonia. E assim brilha um pai que " de consciência tranquila " , mesmo não sendo forte é capaz de apreciar o sol e de se encantar com o simples canto dos galos. E isto é música...é harmonia...é pura poesia.
ResponderExcluirObrigada Ives pelos belos textos que noss levam a refletir na importância que devemos dar aos amigos, à natureza,...aos afetos, enfim. Tudo o resto é ...secundário, simples rótulo. Um beijinhos
Emília.
Quando se tem alma de poeta, não há como não apreciar a poesia presente em todas as coisas...
ResponderExcluirLinda postagem!
Beijos,
Mariangela
Oi, Ives, texto bem poético percorrendo lembranças antigas...o cantar do galo, quase tão antigo quanto a lida humana...muito bonito e gostoso de lembrar!
ResponderExcluirum abraço
Parabéns Ives meu amigo...muito lindo...muito maravilhoso...muito poético...tudo muito bom...kkkkAmei. Dilene.
ResponderExcluirA poesia está em toda parte....
ResponderExcluirMuito belo caro amigo poeta...
Abçs
Mais um texto que me encantou, Ives!
ResponderExcluirBjo :)