À sombra da flor o aroma pulsante. O amor brota pujante, e não
há nada que possa parar as raízes, nem mesmo o solo duro do coração dos
desumanos. Latentes visões domingueiras, que do alto da árvore chorona inspirava-se
em poesias ao avistar a saia suntuosa que usava a menina dos sonhos de
cinderela. O pai, ao longe avista suas dignas filhas trocarem uma ou duas
palavras com as amigas, até que num assovio autoritário aludia o preceptor que
a missa já ia começar. De cabeça curvada as meninas entravam na capelinha
simpática da fazenda. Rezavam duas horas, recebiam a hóstia e se entregavam aos
sabores da casa! Era dia de comida especial. A flor da nossa história, no
domingo de páscoa, ao colocar os pezinhos para fora da igreja fora interrompida
pelo feitor, que pedira ao pai um segundinho de prosa com a filha.
-Linda Maria, posso acompanha-la a sua casa?
Aturdida pelo inesperado, assentiu mesmo sem querer, e os
dois andaram lado a lado cortando os olhos do menino que sangrava no peito. Olhou-se melindrado, mas nunca destemido.
Precisava arrumar logo uma roupa de domingo para ao menos poder aparecer de
forma digna diante de Maria. O menino desceu da árvore e foi ter com um dos
seus seis irmãos que dividiam a casa pobre, no final da fazenda perdida. O mais
velho da família ficou como educador, depois que o pai partiu com um relâmpago para
o Hades, e a “mama” que fora levada pelo arcanjo ao deixar duas lindas
formosuras no plano terreno. Era uma “brigaiada” só, e o pouco do dinheiro
arrecadado por todos ficava aos poderes do Domingos, que aprendeu com o
relâmpago a esculpir na efígie do tempo, a forma de segurança do porvir. Fazer
o que? Assim se defendem outros guerreiros. O menino foi para a cama com fome,
após alguns pontapés do Domingos. Era o castigo por desafiar a autoridade de
progenitor insistindo em algo impossível. “Não tem nem mesmo para o pão seu
vagabundo”. Apesar da fome apeou do seu cavalo branco e beijou as mãos da
menina de olhos azuis que usava a saia mais cintilante dos céus, tudo isso
antes de acordar e descobrir que mais uma segunda-feira começaria.
Torço pelos ventos da mudança, porque o amor merece...
ResponderExcluirUm abraço
O amor merece, mas o preconceito impera...
ResponderExcluirAssim nasce o amor. Sem ver roupas vistosas nem vidas faustosas.
ResponderExcluirA vida começa sempre na simplicidade do olhar.
No desejo se se falar e de se compreender.
Lindo,.Ives.Sempre !E imagino o menino na árvore vendo toda aquela cena à saída da igreja! abração,chica
ResponderExcluirBonito Ives , torço para que de
ResponderExcluirtd certo, parece que vejo o menino na arvore
vendo as coisas acontecerem
Abraços de sempre
Bjussss
Rita!!!!
http://cantinhovirtualdarita.blogspot.com.br/2014/06/torta-de-macarrao.html