quarta-feira, 4 de maio de 2016

Amor 2

Quando comecei a encontrar-me com o amor, faziam alguns meses que eu me separara de um relacionamento de dez anos. Falo de uma pessoa maravilhosa, que fazia tudo por mim. Mas a pergunta certa é:"por que esperar dez anos a tomar uma atitude"? Vergonhosamente digo, que desacreditado do amor, já via no cotidiano, algo que supriria essa falta. Acreditava que o amor não existia de fato, e o que importava era a convivência pacífica. Acordei a tempo de desprender-me daquela que seria uma esposa passiva, que seguiria atá preceitos religiosos que ditam a submissão da mulher. Não quero isso, quero interpretar a luz de uma forma mais evoluída. Separei-me após um amigo desencarnar-se, ele que era o único conhecedor dos meus segredos, dizia na minha cara a minha falsidade em relação à pessoa que pretendia me casar. E, depois de sua partida, a minha consciência deu um nó no meu coração. Não podia mais entrar na igreja, não podia nem mesmo andar com a mulher que não merecia a minha pessoa. Separei-me então. Deixei-lhe uma pequena lanchonete, onde seria o meu ganha pão. As coisas já estavam péssimas no Brasil, e eu, desempregado investi no tal negócio. Estava indo bem, mas deixei tudo em nome da consciência. De volta ao silêncio do meu quarto, quando passei a idealizar outro projeto chegou ao meu facebook uma menina de cabelos encaracolados, linda de dar medo. A beleza espanta, podem ter certeza. Não queria envolver-me naquela altura. Queria trabalhar cegamente na empreendimento que sonhara, queria me envolver no mercado das flores. Amo as flores, e acreditei por um instante que seria a minha saída, e se não fosse o momento de resseção no Brasil realmente teria me atirado na façanha. Mas, não decolei, e sem dinheiro quase me desesperei. O momento se prepara a receber os vasos do amor, e foi com o calor da vontade que mergulhei na beleza de uma mulher doce e carinhosa. Tudo virtualmente. A força que tirou-me do eixo trazia na bagagem um relacionamento que eu não sabia ao certo o que era, e por mais que ela me dizia, os dias provavam ao contrário. Ela passeava com a família, viajava, enfim, tinha um cotidiano relativamente feliz. Com uma boa estrutura, numa bela mansarda Portuguesa, tinha todo o conforto que um humano precisa. A diferença social, na prática, também é um grande obstáculo, já dizia Shakespeare. Às vezes os finais de certas histórias são trágicas, não como a minha, que não houve sangue, com tudo terminado na altura da maturidade. Aprendi a aceitar as mensagens divinas. As luzes são evidentes, porém a viagem do enleio foi difícil de interpretar. Ela também estava há dez anos num relacionamento cujo fruto era um anjinho delicado, maravilho. Ela disse, com muita convicção que terminaria o casamento, não fossem os entraves que a vida lança sobre os pés. Mas, aparentemente, a Senhorita bela, não amava mais o marido. Sofria lentamente, e comumente chorava lágrimas amargas.

4 comentários:

  1. Bom dia meu doce poeta, e que texto
    maravilhoso cheio de desabafo, será verdade o que li?, Se for que seja de muita luz seu caminho , se for apenas um texto é perfeito, que td de certo na sua vida, deixo um abraço com meu carinho de sempre,bjusss
    Rita

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  2. Eu daqui fico na torcida pra que essa luz e amor passem do virtual para o real e possam viver maravilhas juntos! abração,chica

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  3. Ives creio que o texto seja real e quem sabe dê tudo certo na sua vida agora,pois muitas vezes esses encontros virtuais são tão verdadeiros quanto os que não são virtuais.
    Siga em frente e acredite.
    Bjs-Carmen Lúcia.

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  4. A vida é cheia de partidas mas também de chegadas.

    bjokas =)

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