quarta-feira, 11 de junho de 2014
Adeus
Era noite já, e a voz escondia o punhal manchado. O sangue escoava de longas datas. Seus olhos maquiavélicos revelavam a astucia fria dos que querem livrar-se de um coração! Na estrada até sua casa os espectros não me deixavam um só instante em paz! Entre os vaticínios coloridos e as fábulas fantasmagóricas deslizava o meu corpo. A insegurança pousa nos braços do pseudo amor todas as esperanças vãs. E foi sem o chão que apertei a campainha da casa na rua Feliz! Aflito não queria encontrar nos olhos da minha amada os laivos da solidão. Mesmo os unidos em comunhão já sentem o frio das noites de sábado. A pizza não tem mais aroma, e o sabor está sempre misturado ao desespero: presságio de uma despedida muito temida. Não julgo mais àquela que se afastou de mim para sempre, por saber daquela noite sangrenta que a dor é realmente imensa. Depositei minhas esperanças, mas não as minhas virtudes. Sempre tive a inocente mania de não falar do que possuía, talvez se eu tivesse atirado ao vento todas as minhas riquezas materiais, eu pudesse enfim reaver o sábado dos aromas doces. Mas apostava no fortuito, no acaso beijo de saudade. Não esperava que ela se afastasse sem interesse. Queria tantas coisas, porém a lousa ainda está na minha memória, para que eu jamais esqueça dos dias de tanta ansiedade. Chovia lá fora, e da janela rabiscava na lousa interna o cenário das ruas brilhantes, que ascendiam em mim uma inesquecível e pujante dor. Era a ultima noite que ouvia o suspiro profundo da menina que não mais me amava. Era o ultimo fechar de janela a não deixar o vento resfriar a pele do meu amor. Ives vietro
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Uau!!! Arrepiei... Qdo o amor acaba... ah, que triste! Mas é assim mesmo.
ResponderExcluirBeijos, rapaz!
Quando li o titulo lembrei: Na hora do adeus você... (rs) Não resisti amigo! Só pra descontrair.
ResponderExcluirValeu Ives! Gosto muito de ler-te.
Abraços.
Gostei imenso de ler este literário "Adeus", Ives.
ResponderExcluirCenário e léxico adequados à temática narrativa
Bjo :)
O amor necessita do aconchego morno da ternura!
ResponderExcluirCriatividade e cuidado para não esfriar o "ambiente amoroso"
Belo texto!
Um excelente texto expressando um amor que acabou ou, quem sabe, recomeçará...
ResponderExcluirAbraço.
"Há tempo do abraço e o tempo dele se afastar" .., dizia Vinicius que o amor é chama e por isso pode não arder para sempre , mas que seja infinito enquanto dure
ResponderExcluirUm abraço
Poema intenso...
ResponderExcluiradorei
*-*
Linda noite...
Xêros
Oi Ives, quando li Adeus, pensei que iria sair do blog.
ResponderExcluirEu sempre estou passando por aqui.
Gostei do poema.
Eu li esse livro 1808, não acabava mais.
Beijos
Lua Singular
Intensidade e beleza juntas! abração,lindo fds! chica
ResponderExcluirOi Ives que triste quando um amor lindo se acaba, eu sempre torço para que ele seja eterno! Ótimo fds, abraços!! Mariangela
ResponderExcluirNa vida nada perdura, sempre haverá um fim, ainda que haja a promessa do eterno. Mas a despedida também pode ser bela, quando escrita em uma caligrafia de saudade e poesia. E o seu texto é um exemplo raro disso.
ResponderExcluirAgradeço a visita ao meu blog. Volte sempre!
Abçs,
Seus textos são muito bons, parabéns! É triste quando o amor acaba!
ResponderExcluirOi Ives!
ResponderExcluirAdorei o texto, gostei muito de conhecer o seu blog, vou seguir pra acompanhar melhor.
adorei sua visita lá no meu jardim, volte sempre que quiser, seja muito bem vindo.
Abraços!!!!
Querido Ives!!
ResponderExcluirO fim de um amor...provoco realmente uma dor indescritível!
Um dor tão cruel que nos tira a cor ,o brilho...e até a vontade de viver....mas somos sobreviventes. Ives, poeta incrível...eu te admiro demais.
beijos
veraportella
Muito forte e lírico seu texto , Ives . Gostei demais . Beijos
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEita!!!!! Gostei tbm do cabeçalho de cristal rsrs
ResponderExcluirBom findi e sem adeus, apenas até logo :) rsrs
Bom dia Ives.
ResponderExcluirO fim de um romance,vem como um furacão dentro de nós.
Um lindo texto! Forte e bem escrito!
Beijinhos.
Olá Ives! Quantas coisa acontecem em nome do "amor" que nem amor chegou a ser... Confuso? Pois é..mas os "finais" são sempre assim, confusos e tristes!
ResponderExcluirDesejo um final de semana muito feliz!
Um abraço...
IVES:Belissímo.Nem tudo é para sempre! Principalmente o amor entre os seres.Amigo, tenha um domingo e início de semana abençoados!Abraços!!
ResponderExcluirIves, penso que o amor não acaba, apenas se transforma. Ele passa por um processo longo dentro de cada um de nós, primeiro sofremos e choramos todas as lágrimas que há para chorar, nos lamentamos aos quatro ventos, depois nos recolhemos no silêncio profundo e cruel da auto piedade, vamos colocando o coração em dia e a dor vai diminuindo e se tornando branda... Quando damos por nós, aquela dor virou saudade e mais tarde a saudade, uma lembrança distante... Tudo que passamos na vida, seja bom ou ruim, nos ajuda a moldar nossa coragem, coragem para prosseguir e não desistir de ser feliz. Beijo, adorei o post.
ResponderExcluirAdeus...palavra dificil de ser processada no cérebro e mais dificil ainda de ser aceitada pelo coração!
ResponderExcluirbjss
Era o ultimo fechar de janela a não deixar o vento resfriar a pele do meu amor. Forte...tocante. Dilene
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