segunda-feira, 21 de abril de 2014
Quer?
Quer?
Uma pergunta inocente no fundo do espelho!
Era noite de sábado e o dilema invadiu a minha pele: geminiano! Essa semana um amigo muito culto fez algumas divagações sobre a astrologia. Achei tudo muito interessante, por me enquadrar perfeitamente no quesito indecisão, ainda mais quando os caminhos podem me levar aos braços de uma mulher! Faz muito tempo. Não me arrependo das estradas tortuosas, todas as estradas chegam às luzes, e não só o sofrimento desbrava florestas desconhecidas! “Psiquiatra”? Eu estava num conservatório onde aprendia a arte da música com meu amigo Rodrigo. A doutora entrou na minha sala e ficou emudecida pelo meu “talento”. Era apenas a minha terceira aula e tocava com leveza nas teclas. Ligar as notas, não dobrar a falange, concentrar-se no tempo, semínima, colcheia, semicolcheia, e um professor carrasco que mandava voltar a canção ao errar uma nota. Senti o calor da Doutora nas minhas costas. Sempre fui muito sensível. Deixa-me explicar esse sensível...! Ouvido desdobrado, tato aguçado, e uma visão além, muito além; são essas as virtudes do meu eu sensível, não quer dizer que choro a cada cena triste ou extremante feliz que vejo! E sinto as pessoas atrás de mim, escuto as batidas do coração descompassado: neste caso doutora! Depois da aula ela veio me pedir para ajuda-la numa lição. E não saiu sem me convidar. Sábado em tal local. Estarei por lá! Antes, na sexta-feira, fui à casa de uma grande amiga, colorida, como dizem. Saímos e tomei umas cinco garrafas de cerveja. Ela pagou. Paramos num beco qualquer e começamos a dança ancestral. Olhe só, a sua volta: tudo dependeu disso! Que pernas lindas. Do céu ao inferno. As pancadas no vidro do carro anunciaram o assalto. Saí sem as calças, e o bandido me deu uma sequencia exata de três chutes no mesmo local das minhas costas. Nunca havia sentido tamanha dor. Levaram o CD, e as chaves do carro. Puts. A Aninha foi à minha casa buscar as chaves reservas, que saudade da Aninha! Quando ela chegou lhe disse uma verdade que raros piratas falariam a uma mulher. Cuidado comigo, Aninha! Amar é se afastar às vezes? Sábado mal podia me sentar na cadeira que a doutora me oferecia. Papo besta, desses que emudecidos pelas sincronias sociais nos levam ao sábio subterfúgio: sair. Antes me olhei no espelho e me interpelei. Quer? No fundo do espelho, olhei os meus olhos vidrados, sobre eles avistava a Aninha voltando com as chaves e me pedindo para ir embora logo. “Está muito perigoso esse bairro”. Deixei o antro de robôs e peguei a estrada. Em uma hora estava na porta da casa daquela lindeza livre. ‘“Vamos compensar Ana.” Massagem nas costas e uma noite inesquecível. Desta vez fiz a escolha certa!
Abraços Ives vietro
OBS Esta é uma história fictícia, mas sempre tem algo de nós nas histórias!
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Gostei!
ResponderExcluirCertamente, a sensibilidade pulsante, tal qual o coração da doutora nas suas costas!
Tenha uma semana muito feliz!
Beijos!
Fictícia, efabulada, seja o que for...Prendeu-me, Ives, pela narração fluida, pela capacidade de evocar elementos divagativos que emprestam cor à narração e, sobretudo, pela introspeção que sempre ajuda a dar mais um passo no conhecimento de nós. Aprende-se sempre e, certamente, que a característica "indecisão" irá passar para tons mais assertivos... (Bem, também sorri...)
ResponderExcluirBjo, Ives :)
Tudo de novo mudado por aqui, gostei do novo visual!
ResponderExcluirBem assim, ficção quase sempre há algo que se pode dizer, um pouquinho de nós.
Ives, tens um senso de humor muito bom, amei ler, se és ou não geminiano não sei, mas dizem que são "duopersonas"?! Será?
Abraços e tenhas uma linda semana!
Nossa que história !!! Sempre tem algo que encaixa na vida de muitos!! Q sua Pascoa tenha sido cheia de graça
ResponderExcluirFica com Deus e abraços
Prendeu minha atenção, interessante, gostei.
ResponderExcluirIves, um abraço!
Sempre tem algo de nós em cada linha Ives isso é instigante não?
ResponderExcluirboa e bela história que começa turbulenta e acaba ...também rs
meu abraço
Quando os astros abrem as estrelas que moram em nós e quando essa luz as mostra bem perto do nosso coração, acreditamos nos sonhos que nos fizeram caminhar. A nossa vida renasce mais cheia de carinho. amor, dádiva e partilha. É BOM..
ResponderExcluirFictícia a história? Podia ser verdadeira e está excelentemente contada.
ResponderExcluirAbraço.
Amei a história e de como conseguiu prender-me e atiçar minha curiosidade para a conclusão que, coincidentemente, foi a que minha sensibilidade imaginou... Bjusssss
ResponderExcluirOi, Ives...permita-me a brincadeira..."mais vale uma Aninha na mão do que duas doutoras às costas"
ResponderExcluirUm abraço
Um texto incrível, e com um toque de humor.
ResponderExcluirA sua sensibilidade é muito profunda, e também muito à flor da pele. Mas gostei muito da conclusão.
xx
Oi Ives querido
ResponderExcluirAdorei!!!!
Ficção e pitadas de verdades combinam perfeitamente.
Beijos
Ani
Oi Ives,
ResponderExcluirExcelente texto...quanto mais fictício mais real nos parece...
Abçs
Olá Ives, tudo bom?
ResponderExcluirÓtima leitura aqui no seu espaço, a forma como descreve as situações, os detalhes e as sensações do personagem narrador, faz parecer de fato que um pouco do real do autor faz construir esse território fictício.
Abraço, bom final de semana!
Obrigado por compartilhar no Blog!!!
Ives , como você escreve bem ! Muito bom seu texto . Adorei . Beijos
ResponderExcluirUau!!!!
ResponderExcluirIsso é verdade, há sempre um pouco de verdade, nem que seja um pingo, em cada conto que escrevemos.
Amei!
Beijos
Sim! Sempre tem!
ResponderExcluirE quero!
Apesar de acreditar na reflexão do livro de Jostein Gaarder: Através do espelho...
"Nós enxergamos tudo num espelho, obscuramente. Às vezes conseguimos espiar através do espelho e ter uma visão de como são as coisas do outro lado. Se conseguíssemos polir mais esse eespelho, veríamos muito mais coisas. Porém não enxergaríamos mais a nós mesmos."
PS: Descobri ter incompatibilidade com geminianos (cunhado e filho)
Fica entre nós e aqui entre os seus
Será por eu ser ariana?
Meu desejo de uma feliz e farta semana de coisas boas para vc :)
Amei o seu blog. E essa história ficticia mais ainda! Perfeita!
ResponderExcluirBeijos
Adriana
Oi amigo Ives, vim lhe desejar uma boa semana abraços!
ResponderExcluirAdorei a história ,sempre inspirada! abração,tudo de bom,chica
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