terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Sob o maracujá!
Às vezes estou lendo e minha mente viaja, não entendo como volto, e sinto que continuei lendo, sem entender, mas...! Não volto mais de onde perdi a cabeça, e sigo adiante tentando recuperar o sentido do livro! É que com tantas coisas a se pensar, fica quase impossível cair plenamente nas garras da imaginação, ou nas asas da imaginação? Quando quero silêncio vou sob o manto das folhas do maracujá, que doam uma sombra graciosa, fresquinha! Num gorjeio espirituoso, um sabiá feliz, encanta ainda mais o laço poético a qual estou agarrado; acho que são garras! Pessoas conhecidas passam por lá, mas nem imaginam que estou como as larvas pretas, embrulhado nas folhas saborosas e cheirosas. Tenho que tomar cuidado, porque a mangaba adora as flores do maracujá, que, aliás, são tão belas quanto às falas de Proust! É claro que desligo o celular e todos acreditam que estou viajando, como caixeiro viajante, mas não é que estou mesmo: “No caminho de Swann”. Depois do tal estresse, não quero mais saber de trabalhar, e as rodas giram como quiserem, e estou pouco me lixando para a sociedade, para o luxo, carro, sapatos lustrosos, vasos sanitários cheirosos! Ahh e como gostaria de viver entre os índios, e confesso que já ando fazendo planos! Várias mulheres, paz, e muita dança da borboleta, Sou louco pra entrar em transe naquelas bebidas alucinógenas, aprender a tocar gaita e usar cocar, morar numa oca, comer mandioca, pisar na terra, na Terra! Espero que voltem também, e olha, de baixo das árvores o frescor é Divino!
Abraços
Ives vietro
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Demais, debaixo das árvores o frescor é mesmo Divino, meu amigo, Divino é também a gente se perder em muitos pensamentos enquanto se lê, e ainda por cima continuar lendo, nossa, pensei que somente eu fazia tais coisas, mas quase sempre volto e releio, pior, releio mais de uma ou duas vezes, caindo sempre no mesmo deslize!
ResponderExcluirQuantas vezes pensei em ir morar em um lugar onde eu pudesse, assim como descreves, entre índios, sair fora dessa loucura que é cidade grande, atropelada de gente por todos os lados!
Amei ler, ainda estou a meditar sobre o seu texto, nossa, bom demais, "sob o maracujá!" Que delícia, que calma, que frescor!
Abraços!
Boa noite amigo Ives!
ResponderExcluirViajei na arquitetura poética criada por você, e no final, estava eu sentado num quintal todo gramado, perdido na simplicidade que eleva a nossa alma no conforto das folhas de maracujá. Parabéns, muito bacana. Já dizia Proust: Mais vale sonharmos a nossa vida do que vivê-la, embora vivê-la seja também sonhar.
Grande abraço,
Dan.
http://gagopoetico.blogspot.com.br/
Momentos únicos, onde nos encontramos e tudo olhamos com verdade. O anseio por um voo sem retorno, a caminho da simplicidade e do contato com a natureza. Bjs.
ResponderExcluirUm bom livro leva-nos para longínquas paragens, mundos bem diferentes dos conhecidos.
ResponderExcluirLá no meio dos índios não podemos ter as comodidades que vive,os por cá mas temos a liberdade do tempo e da vida pura com o sabor original.
Penso que é mais fácil viver no meio dos índios verdadeiros que viver nesta sociedade carregada de coisas falsas, de roupas e drogas...
Ler faz voar...
ResponderExcluirE eu não gostaria de viver COM ou COMO os índios, mas poder ter a liberdade da natureza desfrutar!abração praiano,chica
Antes de mais, Ives quero te agradecer a visita ao Começar de Novo e será sempre um gosto ver-te por lá´. Poderás contar com as minhas visitas aqui ao teu cantinho. Pelo que vi, gostei muito. Sabes, é muito importante que tiremos algum tempo para ficarmos em companhia do nosso eu mais profundo, alheando-nos da barulheira do mundo que nos cerca; só assim conseguiremos preservar a nossa saúde mental Um beijinho e até sempre. Fica bem, amigo!
ResponderExcluirEmília.
Garras poéticas... Voos deslumbrantes é o que nos fazem admirar gorjeios de sabiás debaixo de uma árvore de maracujás... Belíssimo texto... Há mesmo que se desconcentrar...
ResponderExcluirAbraços,
Célia.
Amigo Ives
ResponderExcluirUm dos seus melhores textos! Muitos parabens.
Debaixo das folhas de uma planta,voamos alegremente no tempo e no espaço,sem horas para voltar.Que maravilha!
Um abraço
Beatriz
Um texto muito fresco e belo! Só a natureza nos pode aproximar do que é primordial, e de nós mesmos.
ResponderExcluirGostei muito!
xx
Este viajar nos possibilita criar asas numa
ResponderExcluirharmonia com a natureza e a beleza
das palavras que pousam...
Abraço grande!