segunda-feira, 1 de julho de 2013
Tempinho divino!
Uma chuvinha pulverizada e gelada fazia dos meus olhos um verdadeiro riacho de tristezas. Sabia que faltava pouco tempo para o meu amigo chegar, e a febre, que sempre me atingia quando meu coração se achava a ponto de voar como um balão colorido, impediria o meu primeiro voo longe do ninho; minha mãe brilhava os seus olhos de cegonha protetora, dizendo assim que eu não poderia sair ! Quando penso nesse dia inebriante, minhas peles se rompem, e volto a sonhar com as mais belas figuras dos meus dias de infância. Repentinamente volto os meus olhos para essas figuras idas, e vindas à nostalgia memorável, as vezes contundentes, sempre divinas; o envelope azul do comprimido, os cabelos loiros e ensandecidos do meu amigo, as palavras de extrema afetividade que só se escutam quando estamos diante da felicidade, a realização de uma festa com fogueira nos arredores da praça do bairro em inverno poético, as meninas de tranças enfeitadas com um laço rosa e amarelo, a esperança por um beijo fresco e molhado. Minha mãe acabava de me dar um remédio, e eu jamais poderia entender que aquele momento se concretizaria no tempo da minha vida toda e além. Logo meu vizinho chegou com a força amiga para me tirar dos meus pesadelos e me colocar no ônibus. Foi um milagre ele ter convencido a minha mãe;disse que faria bem eu ir: simples assim! No caminho falamos sobre a quermesse do bairro, que uma das meninas que eu gostava iria estar na cadeia, e seria a hora certa para investir no meu primeiro beijo. Ao chegar ao cinema já não havia febre. A fila que pegamos e o interior aquecido artificialmente me causaram um prazer tão raro e real, que hoje posso tocar com as mãos e pinta-lo em toda a sua fragrância imortal. Todos batiam palmas quando o herói atingia a sua glória, onde se foi tudo isso seres modernos? No final do filme pude contemplar lágrimas e sussurros de poetas que partiam de uma vida enluarada, em tempos em que a arte aparecia com as suas ilusões “verdadeiras”, e que deu ao meu coração tanta calma e luz que pude simplesmente dormir e acordar para o arraial que se irradiaria mais forte dentro do meu amor pela vida! abraços
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Puxa, que encanto as tuas recordações daquele tempinho que, realmente, era lindo! Ficam nos sonhos e saudades! abração,chica ( Estavas sumido ou não te vi?)
ResponderExcluirpassando para te ler...
ResponderExcluirbeijo, meu amigo!
Bons tempos........que pena que o tempo nao volta jamais...
ResponderExcluirAbçs
Às vezes é disso que precisamos...sair e lembrar como viver vale a pena. Cura pra alma. Belas recordações. Um abraço!
ResponderExcluirSonhei em suas lembranças... destaco: "... em tempos em que a arte aparecia com as suas ilusões “verdadeiras”, e que deu ao meu coração tanta calma..."
ResponderExcluirUm lindo viver é a nossa infância e adolescência!
Abração da Célia.
Olá amigo, é sempre bom recordar, as vezes dói um pouquinho, mas recordar é reviver! Abraçosss
ResponderExcluirOi Ives
ResponderExcluirA chuvinha fina e dengosa é palco de muitas lembranças, ficamos mais frágeis tal qual seu poema em prosa,
sempre muito bom vir te ver!
sempre muito bom voltar e encontrar os amigos!
deixo aquele abraço ,de sempre!
A vida é tão bela por duas razões: As lembranças vivas de ontem e o prazer de viver o agora. E nesta tarde fria e com chuva intermitente tem estas vantagens a de visitar os amigos virtuais e me encantar com que cada um tem a dizer. E as tuas recordações espelham também o que muitos de nós vivemos. Amei vir aqui.
ResponderExcluirUma linda tarde para você.
Um grande abraço.
Olá Ives
ResponderExcluirBoas lembranças de um tempo simples porém feliz, lembranças que nos ajudam a construirmos um presente menos tenso.
Abraço
Que delícia esse relato meu amigo! Nossa, adoro tempinho assim!
ResponderExcluirBeijao!
Que belas recordações, memórias que trazem tanta inspiração refletidas em suas palavras!!!
ResponderExcluirAbraços :)
Texto sensacional, recordar faz parte de nossa construção, com ela aprendemos com os acertos e os erros passados
ResponderExcluirAbçssssss
Ives, boa tarde!
ResponderExcluirQuando as lembranças são boas, é gostoso e felícito lembrar.
Recordar faz bem, e pode até resolver problemas presentes.
Abraços meu amigo.
Amigo
ResponderExcluirbelo teu blog e lindas palavras, bjs
Estou alegre por encontrar blogs como o seu, ao ler algumas coisas,
ResponderExcluirreparei que tem aqui um bom blog, feito com carinho,
Posso dizer que gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns,
decerto que virei aqui mais vezes.
Sou António Batalha.
Que lhe deseja muitas felicidade e saúde em toda a sua casa.
PS.Se desejar visite O Peregrino E Servo, e se o desejar
siga, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.
Que bom chega aqui e ler um texto tão envolvente! gostei muito Ives. Vou me esticar por aqui mais um pouco!
ResponderExcluirParabéns pra ti