terça-feira, 3 de maio de 2016

Amor.

Há seis meses encontrei-me com a luz. Estava distante, e por um instante, invadiu-me fortuitamente. Quando comecei a conversar com a Senhorita em questão não suspeitava o tormento que seriam certas noites sem poder tocar a pele que incendiava as minhas manhãs. Costumo comparar o encontro como algo magnético, onde dois corpos são impelidos por uma atração que nem é deste plano terrestre. Tenho certeza de que no mundo espiritual a forja do amor segue padrões que sentimos nas pontas dos dedos, como se fossem pequenas fagulhas que causam choques no imo dos enlaçados. A chuva de dèjá-vús é algo que atesta a veracidade do meu relato. O tempo todo fui invadido por sensações que me remetiam a instantes tão parecidos que eu podia dizer o que aconteceria em breve. No dia em que encontrei-me com a Luz, algo na intuição ditava o caminho da atração. Foi suave e agradável aos meus sentidos, que se abriram aos sentimentos, não apenas como valores do que se apresentava a mim, mas com uma força extremamente poderosa, que colocou no meu campo magnético, a beleza em pessoa. Quando fomos tocados pela varinha divina tentamos nos repelir, mas já não tínhamos força a separar dois corpo completamente presos, e livres...! Ela foi a primeira a propor o afastamento, mas naquele tempo lutei como desesperado a não deixa-la sair do nosso espaço gravitacional. Confesso que fiquei congelado até as raízes do cabelo. Se ela desse um simples clique estaria rompendo o enleio de luz que se formara, porém, ela não o fez, e até há pouco lutávamos a continuar uma história que seria tão linda, não fossem os entraves que vieram com o pacote todo. Não, não foi covardia que me afastou da moça doce, simples e simpática; foram razões que me colocaram contra a parede justamente num momento da minha vida em que estava iniciando um processo de amadurecimento. Disse a ela o que sinto, realmente, que renasci aos 40 anos, com um passado mergulhado na bebida e nas mulheres. Não, não podia mentir. Aprendi a dizer a verdade mesmo que cause certa comoção momentânea, mesmo que custe o meu futuro, afinal, tenho que pagar pelo que fiz. Mas, na prática as coisas são diferentes, e o passado, quase sempre, condena-me. Não adianta mais dizer o que queres. O nome do amor fala alto, vai e traz a esperança que fenece a vontade, mas há coisas que dependem de julgamentos que trazem também valores que não conseguem, e não podem ser engolidos. São tantas histórias loucas, tantos Romeos e Julietas e me pergunto, que força monstruosa é essa que devasta, às vezes, o pensamento de um homem. Passei, e ainda passarei noites fantasmagóricas até que o pulso do magnetismo arrefeça e me deixe escapar pelas paredes do tempo. A poesia passou a fazer mais sentido, não aquelas que se apresentam soberbas, mas essas que nos enlaçam na flor do amor, que sabem o que dizem, com o mel da experiência. As canções, claro, as imortais, falam perfeitamente em ondas que seguem o infinito. Abraços

2 comentários:

  1. Que lindo reencontro com essa LUZ do amor que tanto bem nos faz! Inmprescindível! abração,chica

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  2. Que LINDO Ives! E como nos faz bem esse reencontro tão fundamental em nossas vidas, e com ele tanto a aprender...
    Um abração amigo.
    Mariangela

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