segunda-feira, 11 de abril de 2016

Profundidades

Após dez anos voltei a abrir “Os irmãos Karamázovi” e confesso que não tinha a mesma profusão necessária a entender bem as linhas de Dostoiévski. A mim, um dos melhores livros da literatura mundial, encerra nele uma riqueza de palavras que sem ter delas uma noção que formam em conjunto, não seria possível desbravar a genialidade do livro. Ao passar a entender melhor, lembrei-me das inúmeras críticas que já recebi quanto à falta de coesão contextual naquilo que escrevo. Confesso que não me faz, mais, a menor diferença os comentários perniciosos, aqueles que não revelam nada. Apenas ressalto que se algo não entra na nossa sintonia naquele instante, não quer dizer que não tenha sentido. Haja vista que ao que se refere à poesia, ainda é menos importante o sentido literal das palavras. Acho lindo quando as palavras me levam às entrelinhas, entendem? Bem, voltando à questão do livro que voltei a ler, achei na primeira página no inicio da narrativa um versículo da Bíblia. Um versículo muito profundo, que não permite uma interpretação “ao pé da letra”. O versículo é: “Em verdade, em verdade voz digo que, se o grão de trigo que cai na terra não morrer, fica infecundo; mas, se morrer, produz muito fruto” João 12, Vers 24. Está fora do contexto, claro, mas o Sr Dostoiévski, certamente, encontrou algo mais nele. E aí, não tem sentido ou não podeis interpreta-lo? abraços

8 comentários:

  1. delírios e transpiração
    liberdade ancestral
    por instantes livres e plenos

    tão bom ser ....

    abç

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  3. Amigo Ives, que bom que estás relendo um livro que, confesso não li, acho a melhor coisa da vida poder ler, leia e depois nos mostre como se sai, eu achei difícil, minha madrinha tinha livraria e eu podia ler tudo o que quisesse, esse foi um livro que não li, talvez me arrependa ou quem sabe me atreva a lê-lo agora?!
    Abraços apertados!

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  4. Sabe Ives... ter sentido no que escrevemos, claro que para nós tem e muito! Ao leitor que usufrui do nosso texto, vejo que cabe o direito de gostar ou não. Mas, nós continuaremos com o nosso objetivo. O desenvolvimento pessoal e intelectual desenvolve-se de maneira agradável quando nos abrimos ao aprendizado. Assim, daremos o valor exato à liberdade de expressão e de entendimento. Gosto da sua maneira de se expressar. Continue.
    Abraço.

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  5. Oi Ives,

    Uma bela dica de livro, bem interessante. Gosto muito desse versículo...

    Abçs

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  6. Está na lista dos que ainda lerei.
    Um bj

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  7. O livro “Os irmãos Karamázovi” é um livro muito belo e intenso. É verdade que quando relemos os livros passados alguns anos podemos entendê-los melhor. Eu também ando a reler alguns "clássicos".
    Um beijo.

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  8. Só quando caímos na terra... é que podemos ter a noção de que barro somos feitos...
    O mérito não está em não cairmos... mas sim, em nos sabermos erguer...
    Não tem mal cairmos por terra...
    Bjs
    Ana

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