segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Geração frágil?
Lembro-me bem de quando eu e meus amigos cavucávamos a terra vermelha em busca do tesouro perdido. E lembro-me também de que ninguém roubava os nossos sonhos. Fazia bem ao organismo deixar penetrar as sujeiras sob a unha; fazia bem acreditar nas coisas. Todo ano esperávamos ansiosamente a chegada do verão para poder frequentar a piscina do clube. Voávamos planejando a noite, talvez uma festa na garagem com a meninas, talvez brincar de esconde-esconde com elas...! Encontrávamos algo curioso pelo caminho e a regra era acertar os peões naquilo até quebrar e quem quebrasse ficaria com a mais bonita da rua. Ahh como aprendi a perder. Ganhei também, e da mais simpática o meu primeiro beijo. Não havia internet, sou de uma geração da raça olho no olho, e vencia quem tivesse a melhor conversa. Um tinha um brinquedo mais caro, mas nunca deixava de brincar com a gente, de fazer questão de chamar a todos para ver o presente de final de ano; aos que não ganhavam nada dos pais fazíamos alguma surpresa: ninguém ficava sem sorrir no natal. Quando íamos viajar, se alguém não tinha dinheiro, podem crer que fazíamos uma vaquinha para o amigo acompanhar a gente. Bem, e o que tem a ver a minha pergunta que é tema do meu post? Gente, as crianças não brincam mais na terra, não há mais o tesouro perdido, roubam-lhas os sonhos. A supermãe esta sempre com as asas sobre o ninho, e se houver uma briga mudam o filho de escola. Os amiguinhos precisam apresentar o atestado de perfeito para entrar em casa desconhecida. Faz-se mil atividades, mas será que estão sorrindo? Basta um espirro e lá vão ao médico com medo de uma gripe, se vomitar então... Sei que é difícil. O mundo esta mais violento, não há duvidas. Não dá pra deixar muito os filhos se aventurarem no mato como fazíamos, mas dá pra deixa-los tocar a terra, sonhar com o tesouro perdido, perder com dignidade... abraços
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Lindíssimo texto, nossa, amei ler e me fez lembrar do meu irmão, eu era a que saia procurando por ele, rsrs, sumia, meninos podiam brincar na rua livremente sem serem taxados de "meninos de rua", pois é, eu quando menina não tinha regalias, nasci no fim da década de quarenta, precisamente em março de quarenta e nove, mas me lembro bem que era um tempo muito bom!
ResponderExcluirCresci feliz, pois pude ler muito, estudar, internet nem sonhava, quem diria, hoje a mim parece que é outra reencarnação na mesma, vendo o tanto que as coisas mudaram, se para melhor não sei, mas concordo contigo, criança em tempos passados a mim também parece que eram mais livres e felizes!
Abraços amigo Ives!
Também pertenço à raça "olho no olho"... É outra consistência. Sabemos agir sozinhos ou em comunidade. Aprendemos a buscar nosso espaço com dignidade. Hoje é tudo no automático... on play... no on e no off... Novas épocas e novas gerações...
ResponderExcluirAbraço.
Maravilhoso texto!!!!!!!! Lindo dia!!!!!!!!!! Abraços
ResponderExcluirAnda tudo tão estranho, as pessoas são uma coisa nas redes e outra no real, a maioria tem personagens, medonho isso.
ResponderExcluirQuerem mostrar o que não tem.
Pra mim felicidade é offline, quem muito expõe nada tem.
bjokas =)
Boa tarde Ives!!!
ResponderExcluirHá muito tempo eu não fazia uma viagem ao passado... Peguei carona no seu, maravilhoso, texto e me senti criança novamente. adorei...V A L E U!!!
Tenha uma tarde abençoada e obrigada pela visita lá no meu "cantinho". Um grande abraço.
O Ives, que linda postagem.
ResponderExcluirSou mais olho no olho, certamente.
E fui crianças com "C" maíusculo,
de subir em árvores, comer frutas nos pé, pular amarelinha, brincar de bonecas...
Será que ainda brincam??
Ser criança é muito bom, e recordar, melhor ainda!
Abração, amigo.
Mariangela
Poxa,IVES!!! Belíssimo seu texto. Fez-me viajar até a minha infância...! Realmente, antes, as crianças eram verdadeiras crianças. As brincadeiras tradicionais são maravlhosas, mas, estão sendo deixadas pra trás. O mundo hoje não é mais o mesmo. Abraços e tudo de bom pra vc.
ResponderExcluirOi, Ives, cada tempo tem seu tempo, e as crianças de hoje vivem o seu...a vida segue seu rumo e em todo momento o engenho humano encontra a forma de se realizar. O que prevalece
ResponderExcluirao longo de toda história é o que foi bom e para sempre será.
Um abraço
Belas lembranças,que não volta mais.
ResponderExcluirEu também sou olho no olho!Adorava jogar bolinhas de gude,até soltar pipas rs,eu era uma menina em forma de moleque.
Hoje em dia,você não vê crianças na rua brincando como antes,a brincadeira agora é só internet.
Isso virou uma febre.
Maravilhoso texto! Foi ótimo recordar do passado.
Bom dia.
Belas lembranças,que não volta mais.
ResponderExcluirEu também sou olho no olho!Adorava jogar bolinhas de gude,até soltar pipas rs,eu era uma menina em forma de moleque.
Hoje em dia,você não vê crianças na rua brincando como antes,a brincadeira agora é só internet.
Isso virou uma febre.
Maravilhoso texto! Foi ótimo recordar do passado.
Bom dia.
Um belo texto que também me levou de volta à infância, já tão longínqua, já tão esbatida. Adorei lê-lo, amigo.
ResponderExcluirUm beijo.
...o que foi bom....pra sempre será!!!
ResponderExcluirbeijo
...o que foi bom....pra sempre será!!!
ResponderExcluirbeijo
Olá. Voltando aos blogs e sempre admirando seus textos. Grande abraço.
ResponderExcluirLindo final de semana!!!!!!!abraços
ResponderExcluirCoisa mais linda de se ler, essas suas lembranças. Aprendeu a perder, aprendeu a viver, né? As crianças hoje tem de serem ainda mais criativas do que somos, a fim de que não lhes roubem os sonhos, porque o cenário pra elas são tão resumidos, tadinhas.
ResponderExcluirBeijos, rapaz.
Olá Ives esse seu texto nos leva de volta para nossa infância e lembranças que já ficaram bem além do tempo.
ResponderExcluirAdorei.
Bjs,obrigada da visita e comentário e um ótimo domingo.
Carmen Lúcia.
Belíssimo texto, Ives!
ResponderExcluirE mesmo com toda a super protecção, e as distracções proporcionadas pelas novas tecnologias... lhe garanto que nem por isso, as novas gerações, serão mais felizes... apáticas e indiferentes para com os outros... talvez!
Abraço
Ana